CONHECENDO O CORAÇÃO DO PAI
Hoje vamos compreender algo maravilhoso sobre a graça de Deus, que é Deus se revelando como Pai. Jesus fez questão de apresentar Deus como Pai, por que era o tempo da manifestação dos filhos de Deus, hoje é o tempo de conhecermos o caráter e o coração desse Deus na pessoa de pai. Pela cruz, nós fomos feitos filhos, herdeiros e parte da família de Deus, temos acesso a sua presença e recebemos do seu Espírito, isso é graça.
Todo aquele que recebe o evangelho, deixa de ser criatura e se torna filho, entra num reino de um Pai de amor, que nos corrige às vezes, mas por amor sempre nos da novas chances de crescermos em estatura perante Ele.
Algo maravilhoso do evangelho é quando Jesus orava ao Pai, Jesus fazia questão de ensinar, e mostrar seu relacionamento com o Pai. Jesus se referia a Deus como Pai e aos discípulos como seus irmãos, participantes da grande família celestial.
Agora gostaria de contar algo sobre o coração desse Pai, Jesus no capítulo 15 do evangelho de Lucas, relata três parábolas, a parábola da ovelha perdida, da dracma perdida e a do filho pródigo, todas elas com o mesmo final, a alegria por se achar o que se perdeu, todas as parábolas terminaram em festa.
Jesus inicia esse capítulo cercado de pecadores, publicanos e farizeus, e é neste contesto que Jesus tenta expressar e apresentar o Deus pai que o mundo precisava conhecer.
Os farizeus e pecadores tinham um conceito de Deus, talvez um Deus mal, pronto a castigar os que eram, ou um Deus zeloso, que está inacessível em relação ao homem pecador.
E é no ápice de seu ensino que Jesus conta história de um pai que tinha dois filhos.
Lc 15.11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos.
Lc 15.12 O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.
Lc 15.13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
Lc 15.14 E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades.
Aqui nos vemos que esse Pai é Deus, e que seus dois filhos, se referem as multidões presentes, um filho simboliza os religiosos, que servem a Deus, estão num âmbito de relacionamento com Deus, e permanecem na casa do Pai.
O outro filho significa os pecadores no geral, que não estão satisfeito em receber cobertura, ter autoridade sobre si, e no desejo de independência, de ser livre, de provar os prazeres da vida, pedem sua herança e vão para longe da casa do Pai.
Esse filho trilha seu caminho em busca da satisfação pessoal, e vai para uma terra longínqua, para um povo diferente, onde começa a gastar sua herança da maneira que lhe agrada, com prostituição e mais deleites da vida.
Aqui nós vemos um principio terrível e destrutivo na vida de alguém, que é se afastar da presença de Deus, da casa do pai, isso significa se afastar da vida, da bênção, do cuidado, e o pior é se abrigar numa terra distante, que nós sabemos que é o mundo. O mundo é esse sistema seduz as pessoas nos seus desejos, e suga delas o que elas tem. E por confiar no mundo e por se abrigar nessa terra esse filho foi perdendo tudo. Grande era a fome da terra e ele foi atingido, foi enganado por seus prazeres e pecados, e começou a passar necessidades.
Gostaria de dizer que longe da casa do Pai a fome predomina, a tristeza e a solidão são companheiras, e é nesse contexto que esse filho pródigo começou a viver.
Em sua necessidade, procurou ajuda junto aos cidadãos daquele lugar, mas o melhor que recebeu foi um serviço de cuidar de porcos, mas com um péssimo pagamento.
Lc 15.15 Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.
Lc 15.16 E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada.No pior momento da crise sentindo fome desejou comer da comida que os porcos comiam e nem isso lhe era dado, chegou ao fundo do posso, sem amigos, sem comida, sem dignidade, sem esperança, então caindo em si lembrou-se da casa do Pai.
Lc 15.17 Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
Lc 15.18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
Lc 15.19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.
Ele lembrou que na casa do Pai até os empregados tinha do melhor pra comer, lembrou que nunca lhe faltou nada, que aquela vida que ele deixara era muito boa.
Ele caiu em si, esse foi o momento, em que a ilusão chegou ao fim, foi nesse ponto que seus olhos se abriram, foi nesse ambiente cercado de porcos, na lama do chiqueiro, com a consciência imunda pelos pecados e com o coração partido de arrependimento, que o amor de Deus começou a vencer na vida Dele.
Muitas vezes só enxergamos a verdade quando estamos no fundo do posso, quando não conseguimos mais continuar, e ai percebemos que estamos indo pra longe da luz.
Nesse momento a ficha caiu, na companhia dos porcos, ali mesmo ele traçou um plano para voltar a casa do pai, não mais como filho, mas como um simples servo arrependido, e convertido, reconhecendo que pecou contra seu pai e contra Deus.
O caminho de volta para a casa do pai começa com arrependimento, esse caminho até a casa do pai é um caminho de reflexão, de mudança de valores, de tristeza por ter pecado, mas de esperança, pois estava cheio de expectativa de ser recebido de volta.
É no chiqueiro dos porcos que a mascara cai, lá somos confrontados como num espelho, e conseguimos enxergar como realmente está nossa vida. Por que Deus é bom Ele nos deixa livres e por que Ele é bom nos conduz ao arrependimento, preparando um caminho de volta.
Esse jovem começa a trilhar seu caminho de volta a casa do Pai, talvez receoso, se vai ser ou não recebido, mas esperançoso por que sabe que seu pai é bom e é sua ultima saída.
Contudo tem algo que esse jovem não sabe, seu Pai sempre o aguardou de volta, seu Pai todos os dias olhava no horizonte, com a expectativa de ver seu filho voltando a casa.
Agora o grande dia havia chegado, seu Pai o avistou ao longe, era mesmo seu filho querido, e foi apressadamente ao seu encontro, onde correu, abraçou e o beijou, com o amor de um Pai que recebe seu filho depois de uma longa viagem que durou muitos invernos.
Lc 15.20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
Lc 15.21 Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
Lc 15.22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;
Lc 15.23 trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos,
Lc 15.24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se.
O dia do encontro com Papai, o dia do ajuste de contas, do pedido de perdão, das palavras que honravam seu pai, do pedido de se tornar apenas um servo, esse sim foi um dia de reconciliação.
Porém havia algo no coração desse Pai que esse jovem não conhecia, seu Pai não o acusou, não o rejeitou, não o rebaixou, mas foi ao contrario, seu pai mandou trazer vestes novas, um anel da aliança, trouxeram sandálias para os pez sujos e maltratados, e ainda mandaram matar o novilho cevado, por que aquele dia era um dia de festa não de tristeza, pois seu filho havia voltado, estava morto e perdido, mas agora foi achado vivo.
Que grande amor nos demonstrou o Pai ao ponto de sermos chamados seus filhos, esse amor o filho rebelde encontrou, um amor libertador, que o restitui para sempre, um amor que define a graça a qual Jesus estava querendo explicar para fariseus e pecadores.
Só quando entendemos esse amor é que somos realmente convertidos a esse Deus e nunca mais abandonaremos a sua casa, e a sua presença.
Mas a história ainda não terminou, pois ainda tinha o outro filho, aquele que ficou em casa, o filho obediente que nunca abandonou a casa do pai.
Chegado do campo o filho mais velho, ouviu o barulho de festa, perguntou o que Ra aquilo. Um criado respondeu: Seu irmão, voltou pra casa seu pai o encontrou, e está fazendo um a festa para celebrar. Ouvir isso foi algo terrível para o irmão mais velho, pois sempre servia seu pai, procurava ser fiel, e ao contrario de seu irmão sempre permaneceu na casa e na companhia de seu Pai. Além disso ele não entendeu aquela festa, pois sempre desejava ter uma festa, mas seu pai nunca fez uma festa pra ele, nunca matou nem um cabrito sequer e para esse filho que desperdiçou os bens da família ele matou o novilho cevado, foi isso uma afronta para o filho mais velho, que se recusou a entrar na festa.
Sei Pai vendo que seu filho mais velho não entrava na festa foi conversar com ele dizendo: Filho tudo o que é meu é teu, sempre estou contigo, mas essa hora é importante se alegrar com seu irmão, pois ele estava perdido e foi achado, estava morto e foi encontrado.
Lc 15.29 Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos;
Lc 15.30 vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
Lc 15.31 Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu;
Lc 15.32 era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.
Nesse ponto é hora de falar do irmão mais velho, Ele representa pessoas que estão na casa de Deus, não foram pro mundo, nem desviaram, mas possuíam alguns problemas.
Primeiro, essas pessoas servem a Deus para um dia receberem algo de Deus, sua motivação em servir, talvez seja receber um cabrito para celebrar uma festa com os amigos. É uma verdade, muitas pessoas estão na igreja esperando as bênçãos de Deus, as promessas e a salvação, e muitas vezes estão atrás das coisas de Deus do que o próprio Deus.
Segundo, esse filho não conhecia o coração do Pai e o anseio mais ardente Dele, quando Ele fala: Filho tudo que tenho é teu, o pai quer dizer, toda a herança e minhas posses são suas, você não precisaria esperar apenas um cabrito, pois se você me pedir até o novilho cevado seria seu. Isso é graça, temos a herança de um Pai de amor, tomamos posse pela fé, Deus não quer privar as pessoas das bênçãos, mas deseja que as pessoas entendam seu coração, e que conhecer o coração do Pai e estar em sua presença é melhor que qualquer benção.
O pai queria mostrar que esse filho não conhecia seu coração, não sabia da preocupação do pai, que por todos esses anos, o pai havia se angustiado, esperando a volta de seu filho, era um filho rebelde, mas no coração do pai ainda havia o desejo que seu filho voltasse para casa e entendesse seu coração.
O coração de Deus se preocupa com almas, em trazer o filho arrependido de volta, em outras palavras espera que todos se arrependam e cheguem ao conhecimento da verdade. Jesus não veio chamar justos, mas pecadores ao arrependimento, e o Pai anseia por isso, deseja fazer uma festa para cada filho seu que volta pra casa.
Existe um lugar perto do coração do Pai, existe um lugar que podemos ser íntimos, e não mais servos apenas, mas filhos, amigos de verdade. Nesse lugar descobrimos os mais íntimos segredos de Deus, aquilo que lhe agrada, aquilo que realmente é importante, é nesse lugar que temos direção e vida abundante. Na intimidade com Deus é que tudo acontece, é lá que o propósito de Deus se estabelece, e cumprimos mossa missão.
Vimos hoje que muitos filhos de Deus não conhecem seu coração, muitos querem sua herança, mas não querem o pai, vão embora e ficam longe até da casa do pai. Outros filhos estão na casa, mas não conhecem, nem tem intimidade com seu Pai, o que os segura na casa é uma herança que um dia virá.
Contudo Deus espera mais de seus filhos, quer relacionamento, quer ser o mais importante, quer revelar seu amor, quer ser mais que um amigo, Ele quer andar junto com seus filhos, mostrando seu amor, cuidado e provisão. É na dependência e intimidade que devemos viver, estando na casa do Pai, mas também querendo o Pai.
Deus é um bom pai, que se preciso corrige os filhos, mas nunca vai nos privar das suas bênçãos e da sua companhia, esse é o evangelho da graça, revelado em Jesus Cristo.
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